Gunar Hohl 

"Time is one thing that can never be retrieved. One may lose and regain friends. One may lose and regain money. Opportunity, once spurned, may come again. But the hours that are lost in idleness can never be brought back to be used in gainful pursuits."   Winston Churchill

Em 2016, celebramos 50 anos de existência da nossa escola de São Paulo e 35 anos da escola de Curitiba. Festejamos nosso passado e honramos todos que tornaram possível alcançarmos o sucesso que hoje celebramos. Na ocasião, também externamos nossa preocupação com os grandes desafios que estamos vivendo, em adaptar a educação escolar e nosso currículo para fazer frente a um futuro marcado pelo ritmo cada vez mais rápido dos avanços tecnológicos e da multiplicação do conhecimento.
Em 2017, precisamos nos voltar para o futuro da educação, que é baseada em habilidades e conceitos e não apenas em uma quantidade enorme de fatos e dados segmentados em diferentes áreas do conhecimento; precisamos agir para minimizar o risco de oferecer uma educação voltada para o passado ao invés de cada vez mais para o futuro. Nesse sentido, nossas escolas receberam dois grandes “presentes” no ano de comemoração de nossos 50/35 anos: a lei de reforma do ensino médio e o início da aceitação, por universidades brasileiras, do diploma IB como critério de seleção e admissão.
A aceitação do Diploma IB por universidades brasileiras fala por si: com o currículo IB, podemos agora preparar nossos alunos para universidades brasileiras, suíças e internacionais, e não estamos mais presos à compartimentalização do nosso ensino em currículo suíço, IB Diploma e vestibular. Do mesmo modo, a reforma do ensino médio nos permitirá atualizar e modernizar a nossa grade curricular, integrando de fato o programa IB e o Ensino Médio. Temos agora mais liberdade para flexibilizar a oferta de matérias, aliviando a sobrecarga dos alunos durante os 2 anos do Diploma IB, distribuindo-as de modo mais eficiente ao longo dos 4 anos de Ensino Médio, bem como o número de aulas entre as matérias.
Devemos reforçar o currículo IB e suas características (habilidades e conceitos), nos afastando cada vez mais de um ensino conteudista, que não prepara o aluno para enfrentar os avanços tecnológicos e demandas sociais e profissionais.

"A única constante no universo é a mudança." ¹
É claro que essa afirmação é válida também para a escola ou principalmente para ela. Não é diferente em nossas escolas sobretudo na área pedagógica. Os nossos esforços de não apenas „enfiar conhecimentos na cabeça dos alunos“, mas de levá-los à aprendizagem responsável trazem mudanças. Isso requer adaptações em diversos níveis, primeiramente no pensamento e planejamento da Gestão. Novas estruturas precisam ser criadas para que as equipes de ensino e as visitas mútuas, por exemplo, e as respectivas reuniões e feedbacks possam acontecer. Também existem mudanças na infraestrutura para dar apoio a esse desenvolvimento (um exemplo é o study-room).
Os professores também vivenciam mudanças. Eles aprendem novas formas de ensino (aprendizagem cooperativa) e devem aplicá-las. Para isso, eles precisam mudar alguns aspectos da sua aula habitual. Paralelamente, são inseridas cada vez mais ferramentas tecnológicas em sala de aula. Em Curitiba e São Paulo, vários tablets estão disponíveis para uso dos professores em sala de aula. Isso requer também uma adaptação na concepção das aulas. Mas provavelmente, são os alunos que presenciam as maiores mudanças, pois enfrentam novos desafios quase diariamente e precisam encará-los. Os alunos e a sua aprendizagem são cada vez mais o centro das atenções. Eles assumem a responsabilidade pela sua aprendizagem e desenvolvem além da proficiência, também as autocompetências e a competência social. E até mesmo os pais precisam se ocupar com as mudanças. Eles devem acompanhar os seus filhos no seu caminho até a autonomia sem descuidar deles. Não existem mais certificados para o melhor aluno, são avaliadas somente as competências. Todos nós que, de alguma forma, temos contato com as escolas devemos nos preocupar com as mudanças na sociedade, com as mídias sociais e tecnologias que mudam rapidamente e precisamos gerenciar as consequências da melhor forma possível.

Agradecimento

Como todo ano, um agradecimento especial vai para os dois cantões patronos das cidades de Basileia e de Argóvia. A Escola Suíço-Brasileira de São Paulo agradece ao Conselheiro do Governo, Dr. Christoph Eymann, e ao Secretário-Geral, Dr. Crispin Hugenschmidt. Gostaria de mencionar especialmente o Dr. Oswald Inglin que se despediu da sua função no final de janeiro de 2017. Durante quase 20 anos, ele acompanhou e apoiou a Escola Suíço-Brasileira de São Paulo como representante do cantão de Basileia-Cidade com muito engajamento e carinho. Desejo muito sucesso ao seu sucessor, Dr. Pierre Felder, e alegro-me com o trabalho em conjunto.

Em 2016, pudemos inaugurar diversos projetos dos quais não gostaríamos mais de abrir mão. Entre o prédio principal e o pátio a grande tenda branca chama atenção. Já no primeiro ano, a comunidade escolar pôde realizar vários eventos em baixo da nova cobertura. O chão macio também convida as crianças para permanecer durante as pausas e possibilita brincadeiras seguras, sob proteção de chuva.
O projeto do Bosque com uma trilha educacional e aparelhos para brincar foi finalizado e inaugurado.

No início do ano letivo, recebemos Markus Luterbacher e Beat Zopp, dois experts da Suíça, que abordaram o tema „Formas cooperativas de aprendizagem“ com os professores de forma prática. Exemplos práticos mostraram aos professores como aplicar os novos métodos em sala de aula. Com certeza, a aplicação dessas formas nos próprios professores contribuiu muito para a compreensão. Para que a implementação no dia a dia pudesse funcionar da melhor forma possível, a Gestão compôs equipes de ensino. Nessas equipes 4 a 7 professores realizaram um trabalho em grupo. Elas receberam a tarefa de fazer visitas mútuas e de dar feedback uns aos outros.

Durante as observações, foi solicitado que prestassem atenção principalmente na realização das formas cooperativas de aprendizagem. No final do ano, devido aos retornos positivos do novo trabalho de equipe, a Gestão e os professores tinham convicção de estar seguindo o caminho correto no desenvolvimento de ensino. O envolvimento direto dos professores na realização dos novos métodos de ensino se mostrou eficiente. Para muitos professores, a realização das formas de aprendizagem cooperativas já se tornou um hábito.

Já no ano letivo de 2015, os professores tiveram um primeiro contato com a avaliação da competência social e da autocompetência dos alunos. Após pequenas adaptações no procedimento e na escolha das competências a serem avaliadas, a realização se tornou bem mais fácil em 2016. A avaliação das competências não é um julgamento definitivo. Trata-se de um parecer do momento e deve incentivar o aluno a refletir sobre o próprio desenvolvimento e a estabelecer seus próprios objetivos. Dependendo da idade, o aluno recebe mais ou menos acompanhamento do(a) Professor(a) Orientador(a).

Com a inclusão das crianças de 6 anos no Ensino Fundamental, houve a necessidade do Colégio adequar a sua alfabetização no primeiro ano da escolaridade às orientações do Ministério da Educação. Em anos anteriores, esse processo já ocorria, mas de maneira informal. Sendo assim, a sistematização, que anteriormente iniciava no 2º ano, passou a ser realizada no 1º ano, estendendo-se agora para os três primeiros anos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental.
Por meio de metodologias cooperativas e lúdicas, os alunos participaram com entusiasmo do processo de aprendizagem da leitura e escrita, tão importantes para suas vidas.

Na Feira do Conhecimento, os alunos apresentaram uma parte do conteúdo trabalhado em sala de aula durante o ano. Para alguns alunos, esses conteúdos já estavam distantes e até mesmo os professores tinham dificuldades em encontrar temas adequados. Por esse motivo, em 2016, a Gestão decidiu que cada turma usasse o tema da Semana de Estudos como foco da apresentação. Já durante o planejamento da Semana de Estudos, professores e alunos refletiram sobre a melhor maneira de apresentar os acontecimentos e conhecimentos da semana.

Com isso, até a Semana de Estudos recebeu mais valorização, pois agora a apresentação da Feira do Conhecimento precisava ser elaborada de forma objetiva já durante a semana. Os visitantes das apresentações puderam notar a dedicação e alegria dos alunos enquanto contavam das suas vivências. Os retornos positivos reforçaram a ideia da Gestão de manter esse novo formato

No ano passado, os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental ampliaram seus conhecimentos da língua alemã por meio de mais um material didático, o Multidingsda. Na plataforma de aprendizagem, os alunos podem resolver exercícios de forma autônoma e observar o seu progresso. Também o(a) professor(a) consegue acompanhar os progressos de cada criança e liberar mais exercícios ou corrigir, se necessário.

No ano letivo de 2016, os alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental puderam iniciar suas aulas de Alemão com o material didático Hoppla. O livro para o 1º ano do Ensino Fundamental é adequado também para crianças que ainda não sabem ler e escrever. Ele é baseado numa nova didática de língua estrangeira. Os professores receberam as informações necessárias para sua aplicação. Para que eles pudessem trabalhar bem com o novo material e tirar as dúvidas a respeito, o Colégio convidou em maio Katharina Garcia, uma especialista da Suíça, que permaneceu uma semana.

Ela visitou diversas aulas oferecendo feedback específico e respondendo a perguntas. Durante a Semana da Lingua Alemã e a Semana da Literatura Alemã, os alunos realizaram e apresentaram em todos os grupos diferentes projetos, alguns maiores, alguns menores. Com isso, demos um primeiro passo para a presença ainda maior da língua alemã.

No ano de 2016, os alunos do Ensino Médio junto com a Coordenação Pedagógica organizaram uma simulação da Conferência da ONU. Chamamos o evento de SMUN (Swiss Model United Nations). Além do Colégio Suíço-Brasileiro de Curitiba, o evento contou com a participação da Escola Suíço-Brasileira de São Paulo e da escola Humboldt de São Paulo, da escola alemã Corcovado, da International School do Rio de Janeiro e da International School de Curitiba.

Em setembro de 2016, 28 alunos de 14 escolas de todo o Brasil que oferecem aulas de alemão se encontraram no Colégio Suíço-Brasileiro de Curitiba para realizar o 2º Concurso Nacional „Jugend debattiert Brasilien“ (Juventude debate – Brasil). Na Alemanha, o „Jugend debattiert“ já se estabeleceu como concurso estudantil há muitos anos. Aqui, ele é realizado desde 2012 como concurso de língua estrangeira alemã, inicialmente como evento de capacitação e concurso regional, e em 2014 foi pela primeira vez realizado como concurso nacional. Organizado pelos especialistas da ZfA (Agência Central das Escolas no Exterior), Wolfgang Theis e Gabriele Metz-Klein, o concurso contou com temas como "O número de carros por família deveria ser limitado a um?".

 Foram sorteados dois argumentadores "pro" e dois argumentadores „contra“ que realizaram o debate de 15 minutos. Todos os alunos participantes demonstraram habilidades impressionantes de debates em alemão.
O Diretor-Geral, Jürg Leuenberger, ressaltou no seu discurso de abertura que esse concurso não representa somente um desafio linguístico, mas educa também para se ouvir, responder uns aos outros e para o debate argumentativo

Inspirados pelos diversos exemplos de sucesso na implementação da educação multilíngue, seguindo os padrões de educação suíços e entendendo que o francês é um idioma de extrema importância no mundo, o Colégio Suíço-Brasileiro de Curitiba anunciou no segundo semestre de 2016 seu novo programa de ensino em que o idioma francês comparece como disciplina obrigatória a partir do 6º ano do Ensino Fundamental. Atualmente o idioma é oferecido nas quatro séries do ensino médio e como disciplina extracurricular aos alunos do 4º, 5º, 6º e 9º anos do Fundamental.

Em 2016, o Colégio Suíço-Brasileiro de Curitiba intensificou mais uma vez seus esforços para trazer o mundo para dentro do Colégio. Alunos participaram de uma viagem de estudos ao Canadá e fizeram experiências importantes no exterior com a professora Maria Thereza.
Muitos representantes de universidades visitaram o Colégio e apresentaram suas faculdades e seus campi aos nossos alunos. Assim, informamos os jovens da melhor forma sobre as possibilidades de estudo também fora do Brasil.
Em 2016, cinco professores passaram várias semanas na Alemanha e na Suíça. O Colégio apoia essas visitas em até 100% e é responsável também pelo planejamento e pela procura de escolas parceiras.

Todos os alunos do nosso Colégio participam do programa IB a partir da 2ª série do Ensino Médio e o terminam na 4ª série, após a realização de diversos trabalhos e exames durante os dois anos.
No ano de 2016, obtivemos 100% de aprovação do alunos, sendo que a pontuação média obtida pelos nossos alunos foi de 31 pontos (em uma extensão de 24 até 45) enquanto a média mundial foi de 30,5 pontos.

Na primeira semana de outubro de 2016, o Colégio Suíço-Brasileiro recebeu quatro experts da Suíça - Raul, Thomas, Lorenzo, e Christoph - para liderarem a Semana de Economia.
O objetivo dessa semana é de inserir os jovens no funcionamento de uma empresa, abordando todas as funções dentro dela por meio de uma simulação, na qual os alunos assumem os papeis de gestores e são instruídos de acordo com suas funções. Os alunos, divididos em grupos, criam um produto e suas empresas concorreram entre si.
Os alunos pensaram em um produto fácil de vender e que desse lucro. Dessa forma, optaram por Vodca e Tequila.
Diariamente eles decidiam sobre investimentos em cada área, aumento de salário ou demissão de funcionários, aumento da qualidade ou volume da produção, compra ou venda de maquinário, público-alvo do produto etc. Os valores estavam sujeitos à inflação que era divulgada aos alunos somente depois de terem realizado as escolhas estratégicas. Assim podiam ter muito sucesso ou então quase falir.
O encerramento desse evento bem-sucedido se deu por meio de uma cerimônia, em que os resultados finais de cada empresa foram divulgados. Os alunos surpreenderam com o profissionalismo e desempenho e foram muito elogiados.